13 de maio de 2013

Apenas Deus (por Paramahansa Yogananda)

Quem sabe os segredos de todos os homens vivos e mortos? Apenas Deus!

Quem descansou no eterno vácuo, antes dos átomos se movimentarem e começarem a dança da criação? Apenas Deus!

Viemos para cá de algum reino misterioso, não sabemos de onde. Em breve partiremos para outra esfera, não sabemos para onde. Quem pode explicar a razão para nossas viagens compulsórias? Apenas Deus!

Com teias de causa e efeito nós tecemos nossos intrincados moldes de vida. A individualidade e o livre arbítrio marcam os variados desenhos. Quem vê neles a harmonia escondida da expressão criadora do homem? Apenas Deus!

Quem compreende a origem e destinação da grande procissão de criaturas viventes que emergem eternamente das câmaras místicas do espaço? Quem pode dizer em que mansões celestiais agora vivem os inúmeros visitantes desse planeta, os quais ao toque mágico da morte desaparecem instantaneamente? Apenas Deus!

Nossos entes queridos prometem nos amar sempre, mas quando submergem no grande sono – suas memórias terrenas esquecidas – qual o valor de suas promessas? Quem, sem nos dizer em palavras, nos ama eternamente? Quem se lembra de nós quando todos nos esquecem? Quem estará ainda conosco quando deixarmos os amigos deste mundo? Apenas Deus!

O homem representa o seu papel e depois se esconde atrás das cenas na morte – voltando para cá numa nova roupagem de carne para representar novamente no palco do tempo. Quem se lembra dos papeis anteriores de todas as pessoas? Quem está consciente dos papeis futuros que essas pessoas virão a representar? Quem os guia com segurança através das curvas confusas do labirinto curioso de suas muitas encarnações?  Apenas Deus!

Por que Deus está fazendo esse jogo e por que guarda esse segredo Consigo, dividindo-o só esparsamente conosco, Seus filhos, é um mistério só compreendido por Ele mesmo? 

Apenas Deus sabe!

Sou a tua divina gota de orvalho

Eu sou a Tua trêmula gota de orvalho que existe na folha da vida e da morte, que flutua no Teu mar infinito.

Eu sou a Tua gota de orvalho pródiga que dança nas pétalas do passado, presente e futuro.

Eu sou a Tua mortal gota de orvalho plena de amor, que desliza com segurança sobre a folha das tentações terrenas, para entrar nas Tuas águas imaculadas de sabedoria. Não quero perder-me, mas sim expandir-me infinitamente e mergulhar no Teu oceano.

Serei a Tua gota de orvalho onipresente, absorvida por todos os lábios sedentos de Deus.