19 de dezembro de 2012

Entrevista Mukti Mata, por Margaret Wolff

(Mukti Mata, discípula direta de Paramahansa Yogananda por mais de 60 anos, faleceu em 06 de fevereiro de 2008. O que segue é uma entrevista realizada por Margaret Wolff, que foi publicada na edição da Self-Realization Magazine da primavera de 1999.)

Você esteve com Paramahansa Yogananda de 1945 até seu falecimento, em 1952. Como você o conheceu?

A história começa muitos anos antes de eu conhecê-lo. Durante minha infância eu sempre quis saber se havia alguém na Terra que me pudesse descrever o propósito da vida e o que deveríamos todos nós aprender estando aqui. Enquanto eu ficava mais velha eu costumava periodicamente – em torno de cada dois ou três anos – desenhar um par de olhos castanhos nos quais eu tentava criar uma expressão de eternidade. Houve vezes em que minha concentração naqueles olhos era tão focada que eles tomavam uma dimensão própria, como se eles fossem uma rota para o céu. Cada vez que isto acontecia, eu não conseguia mais prosseguir com o desenho, mas por algum tempo depois disto eu ficava procurando tais olhos em faces de pessoas estranhas. Nunca encontrando o que procurava, a experiência trazida pelo desenho às vezes desvanecia de minha mente, temporariamente sendo esquecida.

No início da segunda guerra mundial, iniciei um trabalho como ilustradora técnica. A cada dia no caminho do trabalho eu passava em uma igreja. Inscrita em uma pedra no canto, estava a frase: “E vós sabereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Um dia eu caminhei uma quadra passando a igreja e minha mente mergulhou naquela inscrição, como por um forte e invisível magnetismo. Eu parei e ponderei aquelas palavras por algum tempo considerável, dando-me conta que muitos poucos de nós sabiam o que a verdade era. Mais tarde, eu concluí que, talvez, a verdade e Deus deveriam ser uma e a mesma coisa. Meu interesse na Verdade – e minha necessidade dela – aumentou. Um dia eu orei, “Senhor, se você existe, prove a mim”. Instantaneamente eu pude sentir uma poderosa presença – invisível, mas ainda podendo ser sentida cheia de prazer e humor. “Não ria!” Eu disse, “Eu falo sério!”. Como resposta, a presença imediatamente serenou um pouco. Dando-me conta que havia desafiado o Próprio Senhor, eu mentalmente guardei o incidente em uma cristaleira imaginária, tranquei a porta, resolvendo levar a sério somente as partes da minha vida que fossem tangíveis e explicáveis.

Duas semanas depois, um amigo convidou-me para ir à Hollywood. Eu pensei, “Hollywood! O que vamos fazer lá? Visitar a casa de estrelas de cinema?” Mas como não tinha nada planejado aquela manhã, eu concordei. Para minha surpresa, nós fomos ao serviço no tempo da SRF. Enquanto entrávamos na capela, senti uma paz profunda permeando o prédio e disse à minha companhia, “Eu já estive em igrejas antes, mas esta é a primeira igreja real que eu presencio!”. Então, as cortinas atrás do palco abriram, e eu vi Paramahansa Yogananda pela primeira vez. Era óbvio que ele não era um homem comum. Eu sussurrei ao amigo, “Este homem tem olhos como os de Jesus”. Embora eu nunca tivesse a benção de ver Jesus, eu sabia de algum modo estar falando a verdade. Eu compreendi então que, em Paramahansa Yogananda, eu tinha encontrado os olhos que tentara desenhar.


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