3 de agosto de 2012

A Importância de Um Verdadeiro Guru

(Condensação de uma palestra proferida durante a Convocação da Self Realization Fellowship em 1976, Los Angeles, por Brother Anandamoy).

A alma passa por três fases em sua evolução de regresso a Deus. A primeira, que é a mais longa e a mais dolorosa, é aquela na qual Deus ensina através da lei do karma. Nessa fase de desenvolvimento o ser humano aprende gradualmente através de seus erros, colhendo os dolorosos resultados de suas ações equivocadas e de seus pensamentos errados. Depois de longo tempo – muitas e muitas reencarnações – ele começa a perguntar e a procurar respostas para a questão básica final: “O que é a vida?” Este é o segundo estágio, no qual Deus ensina através de livros e professores. Finalmente, quando o devoto se convence de que o propósito da vida é encontrar Deus, e sua busca de Deus se torna imperativa, ele entra no terceiro estágio de sua evolução, e então Deus vem a ele de forma mais direta – como um verdadeiro Guru.

Através dos tempos, o significado da palavra “guru” vem degenerando mesmo na Índia – devido ao fato de que (especialmente nas eras de obscurantismo) não se encontram muitos verdadeiros gurus. Eles não crescem nas árvores, como vocês sabem! E talvez outra razão para esta degenerescência seja a tradução incorreta das escrituras. Por exemplo, no Bhagavatham – uma das principais escrituras do Hinduísmo, escrita pelo sábio Vyasa, que também escreveu o Mahabaratha – há uma estória sobre um santo da Índia antiga que teve vinte e quatro mestres. E algumas traduções interpretam como vinte e quatro “gurus”. Eu quero apenas lhes dar um par de exemplos do que eram esses “gurus”: um era o ar, o outro a lua, outros eram uma abelha e uma pequena criança.
 

É claro que podemos aprender de todos os tipos de experiências: assim como o ar, por exemplo, transporta aromas bons e maus sem ser afetado por eles, o sábio atravessa a vida sendo exposto a todos os tipos de boas e más experiências, mas seu interior permanece, no entanto, intocado por elas. Ou a lua – mesmo que aparente ser diferente em cada fase, na verdade ela permanece a mesma. Do mesmo modo, a aparência do sábio muda com o tempo – juventude, velhice e morte – mas sua alma permanece sempre a mesma. Um sábio liberado está além das ilusões do mundo e é feliz e livre de preocupações como uma criança (embora na criança, devido à ignorância, e no sábio à auto-realização). É óbvio que podemos aprender valiosas lições desse tipo de “mestres”, mas é incorreto considerá-los como gurus.

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