(Palestra ministrada por Sri Daya Mata no Hotel Biltmore, Los Angeles, em 14 de Dezembro de 1980.)
É-me tão caro vir mais uma vez ao Hotel Biltmore – este lugar que guarda tantas recordações valiosas para nós, para aqueles de nós que vivemos junto ao nosso Gurudeva, o conhecemos e presenciamos seu mahasamadhi, e reunir-me com vocês, especialmente nesta época de Natal, desfrutando de um divino satsanga. Sentem-se, por favor.
A oração de nosso Guruji, pronunciada pelo Brother Anandamoy, trouxe-me à memória quando, à frente de sua época, esteve Paramahansaji. Em um artigo que li faz pouco tempo se descrevia o conflito atual com respeito a que pronome se deveria usar para referir-se a Deus. Deveria chamá-Lo “Ele”, “Aquele”, “Aquilo”, o que? Ao ler isso, não pude deixar de pensar quão maravilhosamente se adiantou nosso Guru em sua época. Com efeito, muitíssimos anos atrás, quando chegou a este país – e ainda antes de vir aqui – ao invocar a Deus ele O chamava: “Pai, Mãe, Amigo, Bem-Amado”. Estes vocativos abarcam todos os tipos de relações baseadas no amor que conhece a humanidade. Aquele Ser Divino é nosso Pai. Ele – realmente não deveríamos dizer Ele, mas aquEle, não é verdade? – É também nossa Mãe, nosso Amigo e nosso Bem-Amado.
Em último caso nós – eu e vocês – não somos nem homens nem mulheres, não pertencemos nem ao gênero masculino, nem ao feminino. Somos a alma, a qual não conhece identificação alguma com um corpo masculino ou feminino. Somos parte desse Ser Divino – Deus. E, como dote divino, dispomos daquelas qualidades que têm emanado dEle – de nenhum outro deus, senão dEle. Não nos preocupemos tanto de como deveríamos chamar a esse Ser Divino – se “Ele” ou “Ela”. Preocupemo-nos, mais, por esforçarmo-nos para manifestar em nossas vidas aqueles ideais eternos promulgados por todas as religiões do mundo – o amor, a compaixão, a bondade – todas as qualidades mais nobres do gênero feminino, e todas as qualidades mais nobres do gênero masculino.
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