Desde a infância, eu estava inclinada para a vida espiritual. Sempre, após brincar com outras crianças por algum tempo, eu me retirava para algum lugar solitário para meditar sobre assuntos obscuros para minha jovem mente. Eu desejava saber sobre Deus e sobre as poucas coisas que eu tinha ouvido falar sobre Ele.
Em minha casa não tive encorajamento religioso. Meu pai era totalmente contrário a qualquer tipo de religião. Ele afirmava que a religião era prejudicial ao progresso intelectual. Minha mãe tinha uma inclinação religiosa, mas, por causa de sua enfermidade, era incapaz de exercer influência no assunto. Durante meus primeiros anos, eu respeitava meu pai como sendo a maior criatura no mundo. Com ele, eu partilhava minhas pequenas experiências diárias.
Quando tinha seis anos, comecei a estudar. As histórias bíblicas que eram narradas durante nossa hora de religião me deixavam excitada. Ansiosa, quis repartir este novo interesse com meu pai, mas para meu desalento, ele não compartilhou de meu entusiasmo. “Tal absurdo nunca deveria ser ensinado às crianças”, ele respondeu, e me mandou sair. Algum tempo depois, algumas pessoas me conduziram a uma escola dominical. Lá ouvi sobre Jesus e sua restauração da visão aos homens cegos. Novamente, muito emocionada, eu não pude refrear meu desejo de falar a meu pai sobre as maravilhosas coisas que escutei. Ele se tornou furioso e me proibiu estritamente de ir à escola dominical novamente. Para desviar meu interesse pela religião ele me dizia para brincar com jogos de diferentes tipos e me deixou acompanhá-lo ao teatro. Tornei-me imensamente interessada em dramas teatrais e papai tinha prazer em conversar comigo sobre eles.
O tempo passou, até que eu fiz doze anos.