A reencarnação serve ao progresso de uma alma no decorrer de muitas vidas no plano terrestre, como se fossem muitas séries escolares, até que ela se “diplome” na perfeição imortal da união com Deus. As almas que estão vivendo num estado de imperfeição (inconscientes da sua divina identidade com o Espírito) não entrarão, após a morte do corpo físico, automaticamente no estado da realização de Deus. Somos feitos à imagem de Deus, mas identificando-nos com o corpo físico, assumimos suas imperfeições e limitações. Enquanto não nos libertarmos dessa imperfeita consciência de mortalidade, não poderemos ser deuses outra vez.
Um príncipe fugiu de seu palácio e procurou refúgio numa favela. Por causa da bebedeira e visto que se mesclava com gente de mau caráter, ele perdeu gradualmente a noção da sua verdadeira identidade. Ele não mais se lembrava de ser em realidade um príncipe até que seu pai o encontrou e o levou de volta para casa, em seu palácio.
Analogamente, nós somos todos filhos do Rei do Universo, fugitivos do nosso lar espiritual. Mantivemo-nos encerrados por tanto tempo em corpos humanos que esquecemo-nos da nossa divina herança. Sempre que viemos à Terra, desenvolvemos novas imperfeições e novos desejos. Por isso, retornaremos para cá sempre de novo até satisfazermos todos os desejos ou até que, com a sabedoria aumentada, nós tivermos banido esses desejos. Nós devemos satisfazer os nossos desejos ou, ao cultivarmos a sabedoria, pôr fim a todos eles de vez. No entanto, muito poucas pessoas livram-se da roda de nascimentos e mortes satisfazendo os seus desejos; a própria natureza insaciável de repetir aquela experiência simplesmente aumenta o seu apego, a não ser que a nossa mente seja muito forte.
